Analistas
do Núcleo de Gestão Integrada Tefé, no estado
do Amazonas, organizaram, em março, o Curso de Formação em Educação Ambiental
para a Gestão Pública da Biodiversidade visando o fortalecimento da organização
social comunitária para a gestão participativa da Floresta Nacional de Tefé e
das reservas extrativistas do Baixo Juruá e do Rio Jutaí.
O evento foi resultado prático do Curso
de Educação Ambiental na Gestão Pública da Biodiversidade, realizado pelo
ICMBio, em novembro de 2011, na Acadebio, do qual participaram as analistas
Gabriella Calixto e Rachel Acosta e o jovem comunitário da Reserva
Extrativista do Baixo Juruá, Francildo Lima. O curso oferecido pelo nosso
Instituto previa a elaboração e implementação de uma intervenção local pelos
participantes. Assim, o curso realizado em Tefé teve como foco o
fortalecimento da gestão participativa das três unidades de conservação do NGI.
A equipe envolvida considera que para a
gestão participativa ocorrer consistentemente é necessário uma base social
fortificada e empoderada. Para Rachel, “atualmente, as dificuldades de
organização e mobilização social que vêm sendo observadas na região têm
acarretado a fragilidade das comunidades em questão, deixando-as vulneráveis em
relação à pressão sobre os recursos naturais das UC e configurando a iminência
da perda das condições de manutenção de vida, o que inclui a escassez de
recursos naturais pesqueiros e florestais, e a marginalização em relação às
políticas de governo”.
Desde o início de 2011 as equipes das
três UCs vêm trabalhando no projeto “Jovens como protagonistas do
fortalecimento comunitário”, que trouxe resultados sensíveis na gestão da UC e
no que diz respeito à mobilização social comunitária na região. A ação levou à
eleição de um jovem da Floresta Nacional de Tefé como secretário nacional de
Juventude do Conselho Nacional de Populações Extrativistas - CNS, além da
criação de cadeira de jovens em conselhos gestores, participação dos jovens nas
associações locais, entre outros resultados.
Assim, o curso foi idealizado com foco
nos jovens que já participaram de módulos do projeto “Jovens como
protagonistas” e vinham sendo identificados como potenciais lideranças na
região. Segundo Gabriella Calixto, “acreditamos que o aprofundamento da capacitação
dos jovens em assuntos ligados à realidade social, política e econômica da
região e do mundo somado à possibilidade dos mesmos desenvolverem intervenções
locais nas UCs em que residem podem fortalecer o processo de empoderamento dos
jovens e, consequentemente, da gestão participativa dessas UC”.
Participaram do curso 30 pessoas, sendo
dez de cada unidade envolvida, oito jovens e duas lideranças antigas. O objetivo
geral foi fortalecer a gestão participativa e organização social comunitária
da Flona e das duas reservas extrativistas por meio do fomento da capacidade
crítica e reflexiva dos educandos. Os conteúdos foram trabalhados a partir de
metodologias diversificadas e leves, estimulando a inteligência coletiva do
grupo e a troca de saberes.
Como resultado, cada UC apresentou um
projeto de intervenção local que deverá ser implementado em sua região. Os
temas desses projetos têm como foco o fortalecimento das associações locais, a
divulgação da UC na região, a continuidade do projeto “Jovens como
protagonistas” a partir da condução dos próprios jovens e a realização de
ações de fortalecimento comunitário voltadas para a busca de melhorias de vida,
principalmente no que diz respeito à educação, atualmente um dos principais
problemas das comunidades locais.
Merece
destaque a participação de uma equipe de Facilitação Gráfica no curso, que
apoiou a produção de material didático e sistematização de informações em
linguagem lúdica e leve, adequada à realidade local, de baixíssimo nível de
escolaridade, e a participação do ex-presidente e atual tesoureiro do CNS,
Manoel Cunha, que inspirou a todos os participantes e à própria equipe
pedagógica com sua história de vida e experiência com o movimento social.
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